Ao fim de seis meses de trabalho o Centro de Alto Rendimento de Badminton das Caldas da Rainha (CARB) é já um grande apoio à modalidade. A Federação Portuguesa de Badminton (FPB) ainda está a construir o modelo de utilização que melhor sirva os interesses dos atletas e da modalidade, mas os estágios que vêm sendo realizados, conjugando atletas nacionais e estrangeiros, são exemplo do que de positivo pode trazer esta infra-estrutura na evolução qualitativa do jogo dos atletas nacionais. Pedro Martins e a penichense Telma Santos são, por estes dias, as grandes figuras de proa, mas na sua peugada vem um largo leque de jovens que poderão beneficiar do investimento superior a 4 milhões de euros que ali foi feito. O próximo passo será reunir as condições para ter atletas a trabalhar no CARB em regime residencial, o que poderá avançar já no próximo ano lectivo.Com uma estrutura totalmente nova e sem igual no país, Luís Carvalho, Secretário Técnico da FPB, diz que tem sido um processo de adaptação grande para ajustar os métodos de trabalho ao CARB. “A Federação de um momento para o outro ficou com uma estrutura como esta e as coisas têm vindo a ser levadas com método”.Para encontrar o melhor modelo de funcionamento possível, o Secretário Técnico adianta que a FPB procurou “estudar modelos utilizados noutras estruturas idênticas no estrangeiro e também em Portugal relacionados outras modalidades e estamos a tentar construir um modelo que nos pareça mais equilibrado e que melhor sirva os atletas”.Os estágios de pré-epoca durante os meses de Julho e Agosto são, nesse capítulo, mais um teste importante tanto às capacidades do centro, tendo em conta o número de atletas que por ali vão passar em simultâneo com intensidades de treino fortes, assim como para os métodos de trabalho, “que estão a ser totalmente diferentes das que tínhamos anteriormente, porque não tínhamos instalações próprias e estávamos dependentes da disponibilidade dos funcionários municipais para abrir os pavilhões”.Depois deste estágio, a Federação prepara-se para dar mais um passo importante, o de ter jovens atletas residentes, que poderão fazer os seus estudos nas escolas caldenses e trabalhar no CARB em permanência. “Estamos a tentar tudo para ter atletas residentes a curto prazo, e temos que preparar tudo o que é apoio, porque eles têm que fazer a sua vida de estudantes normal e integrar na sua rotina diária os treinos”, adianta Luís Carvalho.
Investimento está a ser rentabilizado
Quando foi feito, com um custo que ultrapassou os quatro milhões de euros, colocou-se a questão se o CARB iria ter uma utilização que justificasse o investimento dedicando-se em exclusivo ao badminton.Luís Carvalho diz que essa ideia está posta de parte, pelo menos da parte da FPB.“Se não tivéssemos este centro um estágio como este não seria possível fazer, assim como ter semanalmente a trabalhar, desde que o centro foi aberto, atletas de Lisboa e de Leiria”. A palavra tem passado também no estrangeiro e já foram vários os atletas que solicitaram o espaço caldense para realizar o seu trabalho. “Já há uma lista de pessoas a querer vir e é bom porque as pessoas pagam a sua diária para cá estar, tirando os países que vêm ao abrigo de protocolos específicos com intercâmbios”, acrescenta.Há também o objectivo de o CARB ser certificado no mais curto espaço de tempo possível pela federação europeia, “o que nos vai dar uma pujança muito grande”, sustenta.O Secretário Técnico da FPB relembra também que o CARB foi construído com verbas que estavam destinadas para a construção de CAR’s. “Se não fosse para o badminton seria para outra modalidade, nós já tínhamos uma estrutura montada antes e credibilidade para merecer o investimento que foi feito”, considera.Quanto ao investimento que a autarquia também acabou por fazer, “se calhar também se pensou que podia ser mais um recinto para servir as colectividades”, acrescenta o Secretário Técnico, o que até pode nem estar posto de parte, mas sublinha que “sendo um centro de alto rendimento de badminton a gestão desportiva do espaço não pode fugir da modalidade, sob o risco de não podermos realizar um determinado estágio porque está ocupado com um jogo de voleibol”.De qualquer modo, a utilização do espaço por outras modalidades não é descabida, “as instalações que aqui estão podem ser rentabilizadas para outras coisas”, até porque “neste momento o badminton não ocupa todas as valências do CARB, estamos numa posição de indefinição em relação a isso”.
Atletas universitários têm que fazer um esforço
Um dos problemas que se colocam na relação entre os atletas e o CARB é que, por norma, quando os atletas atingem uma idade crucial na definição do que pode ou não fazer em termos de alta competição, surge a universidade e não existe no parque universitário das Caldas uma oferta completa, o que acaba por desviar os praticantes para outras cidades.Luís Carvalho não considera isto propriamente um problema, até porque a distância para Leiria, Santarém e Lisboa não é propriamente grande, mas para os que optam por estudar mais longe há alternativas que se podem estudar.“Temos um atleta a estudar no Algarve, se calhar não pode estar durante a semana mas pode com facilidade de horário cumprir sexta, sábado e domingo de treino, tem que se fazer um trabalho integrado em que cada um tem que dar uma parte”.Obra ainda está por concluirApesar de já estar a carburar a um ritmo forte, há ainda várias indefinições em relação à gestão do CARB e também obras por concluir. De resto, a obra ainda não foi entregue pelo construtor.“Estamos num limbo de indefinição que enquanto durar é mau para toda a gente, há coisas que já podiam estar resolvidas, como a questão da cedência do restaurante e da sala de musculação”, avança Luís Carvalho.Depois, a própria obra não está ainda entregue. “Tem pequenos defeitos que têm que ser corrigidos, há estruturas que não estão a ser 100 por cento aproveitadas por isso”, revela o Secretário Técnico da FPB, e salas que ainda têm a parede em betão, caso da sala de fisioterapia.
Jogadores madeirenses interessados no regime de internato
De entre os atletas a realizar o estágio de pré-época encontrámos dois dos candidatos a ‘estrear’ o regime de internato no CARB.Teresa Figueira é uma delas. Ainda é Sub 19, mas já aspira a resultados nos seniores e um trabalho mais afinco realizado no centro poderá abrir-lhe novas portas. “Já recebi a proposta, a federação dá alimentação, estadia e suporta os estudos, a família concorda e em princípio venho para cá na próxima época”, adianta.Os benefícios saltam à vista, “as infra-estruturas são excelentes, dos melhores da Europa e isso em Portugal não é comum. O Tom é um treinador bastante exigente, já levou dois atletas ingleses a ganhar o All England, que é dos melhores torneios que existe, alguns consideram melhor que os Jogos Olímpicos, e gosto de treinar com ele”.O regime de internato obrigaria a atleta a mudar bastante a sua vida, “mas quem gosta de badminton e quer ser alguém na modalidade tem que fazer estes sacrifícios”, sublinha.Na mesma onda navega António Gonçalves, ainda sub 17. Os objectivos de se tornar um dos jogadores mais fortes do país no seu escalão e projectar o futuro criam-lhe o mesmo desejo de abraçar a modalidade a tempo inteiro no CARB.“Aqui posso treinar mais, tenho melhores condições de treino, na Madeira treino poucas vezes porque não tenho treinador, assim poderia evoluir mais e atingir os meus objectivos”.J.R.Fonte Gazeta Das Caldas
Ao fim de seis meses de trabalho o Centro de Alto Rendimento de Badminton das Caldas da Rainha (CARB) é já um grande apoio à modalidade. A Federação Portuguesa de Badminton (FPB) ainda está a construir o modelo de utilização que melhor sirva os interesses dos atletas e da modalidade, mas os estágios que vêm sendo realizados, conjugando atletas nacionais e estrangeiros, são exemplo do que de positivo pode trazer esta infra-estrutura na evolução qualitativa do jogo dos atletas nacionais. Pedro Martins e a penichense Telma Santos são, por estes dias, as grandes figuras de proa, mas na sua peugada vem um largo leque de jovens que poderão beneficiar do investimento superior a 4 milhões de euros que ali foi feito. O próximo passo será reunir as condições para ter atletas a trabalhar no CARB em regime residencial, o que poderá avançar já no próximo ano lectivo.
Com uma estrutura totalmente nova e sem igual no país, Luís Carvalho, Secretário Técnico da FPB, diz que tem sido um processo de adaptação grande para ajustar os métodos de trabalho ao CARB. “A Federação de um momento para o outro ficou com uma estrutura como esta e as coisas têm vindo a ser levadas com método”.
Para encontrar o melhor modelo de funcionamento possível, o Secretário Técnico adianta que a FPB procurou “estudar modelos utilizados noutras estruturas idênticas no estrangeiro e também em Portugal relacionados outras modalidades e estamos a tentar construir um modelo que nos pareça mais equilibrado e que melhor sirva os atletas”.
Os estágios de pré-epoca durante os meses de Julho e Agosto são, nesse capítulo, mais um teste importante tanto às capacidades do centro, tendo em conta o número de atletas que por ali vão passar em simultâneo com intensidades de treino fortes, assim como para os métodos de trabalho, “que estão a ser totalmente diferentes das que tínhamos anteriormente, porque não tínhamos instalações próprias e estávamos dependentes da disponibilidade dos funcionários municipais para abrir os pavilhões”.
Depois deste estágio, a Federação prepara-se para dar mais um passo importante, o de ter jovens atletas residentes, que poderão fazer os seus estudos nas escolas caldenses e trabalhar no CARB em permanência. “Estamos a tentar tudo para ter atletas residentes a curto prazo, e temos que preparar tudo o que é apoio, porque eles têm que fazer a sua vida de estudantes normal e integrar na sua rotina diária os treinos”, adianta Luís Carvalho.
Investimento está a ser rentabilizado
Quando foi feito, com um custo que ultrapassou os quatro milhões de euros, colocou-se a questão se o CARB iria ter uma utilização que justificasse o investimento dedicando-se em exclusivo ao badminton.
Luís Carvalho diz que essa ideia está posta de parte, pelo menos da parte da FPB.“Se não tivéssemos este centro um estágio como este não seria possível fazer, assim como ter semanalmente a trabalhar, desde que o centro foi aberto, atletas de Lisboa e de Leiria”. A palavra tem passado também no estrangeiro e já foram vários os atletas que solicitaram o espaço caldense para realizar o seu trabalho. “Já há uma lista de pessoas a querer vir e é bom porque as pessoas pagam a sua diária para cá estar, tirando os países que vêm ao abrigo de protocolos específicos com intercâmbios”, acrescenta.
Há também o objectivo de o CARB ser certificado no mais curto espaço de tempo possível pela federação europeia, “o que nos vai dar uma pujança muito grande”, sustenta.
O Secretário Técnico da FPB relembra também que o CARB foi construído com verbas que estavam destinadas para a construção de CAR’s. “Se não fosse para o badminton seria para outra modalidade, nós já tínhamos uma estrutura montada antes e credibilidade para merecer o investimento que foi feito”, considera.
Quanto ao investimento que a autarquia também acabou por fazer, “se calhar também se pensou que podia ser mais um recinto para servir as colectividades”, acrescenta o Secretário Técnico, o que até pode nem estar posto de parte, mas sublinha que “sendo um centro de alto rendimento de badminton a gestão desportiva do espaço não pode fugir da modalidade, sob o risco de não podermos realizar um determinado estágio porque está ocupado com um jogo de voleibol”.
De qualquer modo, a utilização do espaço por outras modalidades não é descabida, “as instalações que aqui estão podem ser rentabilizadas para outras coisas”, até porque “neste momento o badminton não ocupa todas as valências do CARB, estamos numa posição de indefinição em relação a isso”.
Atletas universitários têm que fazer um esforço
Um dos problemas que se colocam na relação entre os atletas e o CARB é que, por norma, quando os atletas atingem uma idade crucial na definição do que pode ou não fazer em termos de alta competição, surge a universidade e não existe no parque universitário das Caldas uma oferta completa, o que acaba por desviar os praticantes para outras cidades.
Luís Carvalho não considera isto propriamente um problema, até porque a distância para Leiria, Santarém e Lisboa não é propriamente grande, mas para os que optam por estudar mais longe há alternativas que se podem estudar.“Temos um atleta a estudar no Algarve, se calhar não pode estar durante a semana mas pode com facilidade de horário cumprir sexta, sábado e domingo de treino, tem que se fazer um trabalho integrado em que cada um tem que dar uma parte”.
Obra ainda está por concluir
Apesar de já estar a carburar a um ritmo forte, há ainda várias indefinições em relação à gestão do CARB e também obras por concluir. De resto, a obra ainda não foi entregue pelo construtor.
“Estamos num limbo de indefinição que enquanto durar é mau para toda a gente, há coisas que já podiam estar resolvidas, como a questão da cedência do restaurante e da sala de musculação”, avança Luís Carvalho.
Depois, a própria obra não está ainda entregue. “Tem pequenos defeitos que têm que ser corrigidos, há estruturas que não estão a ser 100 por cento aproveitadas por isso”, revela o Secretário Técnico da FPB, e salas que ainda têm a parede em betão, caso da sala de fisioterapia.
Jogadores madeirenses interessados no regime de internato
De entre os atletas a realizar o estágio de pré-época encontrámos dois dos candidatos a ‘estrear’ o regime de internato no CARB.
Teresa Figueira é uma delas. Ainda é Sub 19, mas já aspira a resultados nos seniores e um trabalho mais afinco realizado no centro poderá abrir-lhe novas portas. “Já recebi a proposta, a federação dá alimentação, estadia e suporta os estudos, a família concorda e em princípio venho para cá na próxima época”, adianta.
Os benefícios saltam à vista, “as infra-estruturas são excelentes, dos melhores da Europa e isso em Portugal não é comum. O Tom é um treinador bastante exigente, já levou dois atletas ingleses a ganhar o All England, que é dos melhores torneios que existe, alguns consideram melhor que os Jogos Olímpicos, e gosto de treinar com ele”.
O regime de internato obrigaria a atleta a mudar bastante a sua vida, “mas quem gosta de badminton e quer ser alguém na modalidade tem que fazer estes sacrifícios”, sublinha.
Na mesma onda navega António Gonçalves, ainda sub 17. Os objectivos de se tornar um dos jogadores mais fortes do país no seu escalão e projectar o futuro criam-lhe o mesmo desejo de abraçar a modalidade a tempo inteiro no CARB.“Aqui posso treinar mais, tenho melhores condições de treino, na Madeira treino poucas vezes porque não tenho treinador, assim poderia evoluir mais e atingir os meus objectivos”.
J.R.
Fonte Gazeta Das Caldas
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